Pesquisas e Documentos

O CAMPO DA ANTROPOLOGIA NO CEARÁ: MEMÓRIA, EXPERIÊNCIAS E PERSPECTIVAS
Coordenação: Prof. Dr. Alexandre Fleming Câmara Vale
Pesquisadores vinculados ao Projeto "Antropologias, Histórias e Experiências"
Franciso Herbert Monteiro (Doutorando)
Edson Bessa (Graduação)

 A pesquisa intitulada "O Campo da Antropologia no Ceará: Memória, Experiências e Perspectivas" tem como objetivo desenvolver uma experiência coletiva de coleta de narrativas acerca memória da antropologia cearense, bem como realizar uma análise institucional da Universidade Federal do Ceará no que tange aquele campo de saber,  passando pela reflexão em torno da contribuição do Instituto de Antropologia, da fundação do Departamento de Ciências Sociais e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia. A pergunta que guia a presente pesquisa é: como a profusão de trabalhos antropológicos produzidos pelos antropólogos do Instituto foi relegada a um segundo plano no momento da criação do Departamento e, posteriormente, na criação do Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Parte-se aqui da hipótese de que a hegemonia da teoria marxista terminou por colocar a antropologia em uma posição subalterna dentre os saberes das Ciências Sociais. Enquanto ciência, ela teria dado conta da diferença cultural mas não das desigualdades sociais, teria pensado a diferança, mas não a desigualdade, muitas vezes presa aos seus fantasmas coloniais. Uma outra via de análise do saber antropológico local inside sobre os processos de migração de pesquisadores/as locais para a realização de pós-graduação em outras lugares, seja para a região sul do Brasil, seja ainda, para o exterior, o que configura um "processo de internacionalização" (FRY, 2003) da antropologia local, motivada por quatro décadas de acordos internacionais (Capes/Cofecub). Que "ciclos vitais" (GEERTZ, 2000), traduzidos em linhagens e gerações, marcam a produção de um corpus empírico e teórico do saber antropológico local?  Busca-se assim empreender uma etnografia do saber antropológico local, localizando na literatura antropológica produzida por antropólogos/as cearenses, as linhas mestras de uma história antropológica periférica (RCO, 2006), ou "ex-centrica" (GROSSI, 2009). Por que esse rico reservatório de conhecimento acumulado não redundou na criação de uma pós-graduação em antropologia? Em que sentido isso articula-se com as polítcas de reconhecimento da Associação Brasileira de Antropologia ou as definições do campo intelectual brasileiro? Ou ainda, como os boatos do varejo acadêmico impossibitaram a construção de uma relação de pertencimento capaz de constituir uma direção no sentido do reconhecimento institucional de uma antropologia local. O objetivo desse projeto, portanto, é realizar aquilo que Mariza Peirano (2004) denominou de uma antropologia da antropologia, entendida como junção de historiografia da disciplina e sua história teórica. Indaga-se aqui como, ao longo de sua trajetória, a antropologia no Ceará incorporou o ensino e a pesquisa e reterritorializou da matriz antropológica, os intercâmbios teóricos que realizou com outros estados e outros países. A execução do presente projeto inclui pesquisa bibliográfica, documental e um intenso trabalho de campo com profissionais representativos da antropologia no Ceará. Até o presente momento a pesquisa vem sendo desenvolvida parcialmente pelo Laboratório de Estudos da Oralidade (LEO) no âmbito do projeto Antropologias, histórias e experiências. 

DOCUMENTÁRIO EM ANDAMENTO: O CAMPO DA ANTROPOLOGIA NO    CEARÁ: MEMÓRIA, EXPERIÊNCIAS E PERSPECTIVAS (Coordenação: Prof. Dr. Alexandre Fleming Câmara Vale)

Direção: Alexandre Fleming Câmara Vale
Pesquisadores vinculados ao Projeto "Antropologias, Histórias e Experiências"
Franciso Herbert Monteiro (Doutorando) e Igor Monteiro (Doutorando)

Edson Bessa (Graduação) 
A pesquisa intitulada O campo da antropologia no Ceará: memória, experiências e perspectivas tem como objetivo desenvolver, junto aos discentes e docentes, uma experiência de estudo da memória da antropologia cearense, bem como realizar uma análise institucional da Universidade Federal do Ceará no que tange a esse campo de saber. Esse projeto pretende empreender uma etnografia do saber antropológico local, buscando nas histórias, na memória e nas teorias da disciplina, as indicações que vivificam as possibilidades atuais para que se constitua no Ceará uma pós-graduação em Antropologia. O objetivo desse projeto, portanto é realizar aquilo que Mariza Peirano (2004, p. 99) denominou de uma antropologia da antropologia, entendida como junção de historiografia da disciplina e sua história teórica. A execução do presente projeto inclui pesquisa bibliográfica, documental e um intenso trabalho de campo com profissionais representativos da antropologia no Ceará. A presente pesquisa vem sendo desenvolvida no âmbito do projeto “Antropologias, histórias e experiências” e já deu seus primeiro frutos: em dezembro de 2011 lançamos o documentário “Tributo a Geraldo Markan”, um média-metragem que consideramos como a semente do longa em construção. 
DOCUMENTÁRIO EM ANDAMENTO:  O DESAFIOS DA SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO. (Coordenador: Prof. Dr. Alexandre Fleming Câmara Vale). 
Direção Coletiva (alunos/as do Pibid)
Editor: Bruno Xavier

Levando-se em consideração que a valorização da docência é a condição primeira para reacender o interesse pela licenciatura, o Pibid (Programa de Iniciação à Docência) da Sociologia iniciou suas atividades em maio de 2010, vinculado ao Laboratório de Estudos da Oralidade. Buscando contribuir para qualificação da Educação Básica na Rede pública e mobilizando esforços para tornar mais atrativa a carreira docente, selecionamos 10 bolsistas e 2 supervisores/as.  Nosso objetivo central, desde o início, tem sido o de motivar os alunos do curso de Licenciatura em Ciências Sociais para uma compreensão da necessidade e do alcance de seu ofício de sociólogos/as. Entendendo que as Ciências Sociais em geral desempenham um lugar central para a construção de uma experiência reflexiva e cidadã, o Pibid da Sociologia, em seu segundo ano, vem cada vez mais intensificando o trinômio ensino, pesquisa e extensão, oferecendo assim um espaço de convivialidade prenhe de ensinamentos e mais visibilidade para a experiência docente no meio acadêmico.
No trabalho do Pibid procuramos
Utilizar das imagens como recurso didático-pedagógico e desde julho do ano passado nos dedicamos ao trabalho coletivo de montagem de um documentário etnográfico sobre a experiência escolar e os vários sentidos da atuação do Pibid. Neste caso, a semente foi a produção de um curta-metragem sobre a atuação do Pibid da Sociologia. Atualmente os/as licenciandos/as se dedicam na realização de um longa-metragem sobre a experiência dos Pibids na Universidade Federal do Ceará. Com a colaboração da Nigéria Produção, que utilizou duas câmeras sob orientação dos/as licenciandos/as, foram coletas aproximadamente trinta horas de entrevistas no V Encontro de Práticas Docentes da UFC (realizado em novembro de 2011).  

 DOCUMENTÁRIO EM ANDAMENTO: O VOO DA BELEZA (Direção: AlexandreFleming Câmara Vale)

O Voo da Beleza consiste em  um  estudo etno-ficcional e imagético da experiência de imigrantes brasileiras para o Continente Europeu, pensado na perspectiva de um olhar situado e comparativo. Aborda as realidades fortalezense e parisiense tendo como eixo central a imigração, em seus efeitos de liberdade e de miséria humana. O referido empreendimento traduz-se nos seguintes produtos culturais: um livro de aproximadamente 300 páginas e um documentário longa-metragem sobre os contextos pesquisados.  Trata-se assim de uma pesquisa multi-localizada, marcada pela itinerância. As filmagens necessárias para abordar a experiência migratória parisiense já aconteceram durante julho de 2010 e os  locais escolhidos foram as  associações, residências de imigrantes, manifestações na rua, a Embaixada do Brasil e a Universidade (Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais (Paris). Novos locais se impuseram e o desdobramento do projeto vem implicando em novas rubricas orçamentárias para dar conta desta multi-localização que lhe é característica.
PESQUISA: EXPERIÊNCIA AMBULATORIAL E TESTAGEM PARA HIV/AIDS
Coordenação: Prof. Dr. Alexandre Fleming Câmara Vale
Bolsista PIBIC:  José Ivan de Oliveira Filho


Nos últimos 25 anos, o Brasil tem alcançado considerável sucesso no combate à epidemia HIV/AIDS (KERR, 2004). O país se tornou líder na América Latina e em todo o mundo através de ações como o fornecimento gratuito da terapia anti-retroviral (TARV) para todos os brasileiros portadores do vírus HIV. Neste período, o país tem presenciado um declínio nos casos de HIV entre pessoas de elevado nível sócio-econômico e, em menor grau, em usuários de drogas injetáveis (UDI). Neste contexto, a realização do teste anti-HIV tem se tornado cada vez mais imperativa e remete ao questionamento de dimensões deontológicas incontornáveis a serem observadas no ambiente ambulatorial, assim como a necessidade de equipar física e conceitualmente os profissionais de saúde. Nossa pesquisa se destina à reflexão em torno da capacitação de profissionais de saúde que lidam em seu cotidiano, de modo direto e focado, com a epidemia da AIDS e com pessoas com soroprevalência positiva para o HIV. Interpela especificamente as representações da sexualidade que tais profissionais lançam mão no atendimento de pessoas que buscam o exame, assim como àquelas acometidas pela infecção. Nossos interlocutores nessa pesquisa são os(as) profissionais vinculados(as) ao Centro de Especialidades Médicas José de Alencar, CENJA.