Nossa História


         Criado em 2001, sob a regência de Ismael Pordeus Jr., o Laboratório de Estudos da Oralidade (LEO), nas suas diversas frentes de trabalho, é um espaço acadêmico transdisciplinar que se propõe a examinar e aprofundar a reflexão sobre as transformações em curso na experiência contemporânea. Por meio de suas atividades culturais, o LEO incentiva - numa perspectiva dialógica e pós-colonial - a etnografia e a coleta de memórias, narrativas, performances e registros audiovisuais. Seus fundadores e suas primeiras temáticas de pesquisa foram: 
         Ismael Pordus Jr., Professor Titular do Departamento de Ciências Socias da UFC, doutor em Antropologia e Sociologia pela Universidade Lyon 2. Sua área de interesse envolve as religiões afro-brasileiras, memória, oralidade e textualidade.
           Gimar de Carvalho, Professor Adjunto do Departamento de Comunicação Social da UFC. Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC - São Paulo. Sua área de interesse é a interseção das culturas populares com as comunicações de massa.
           Martine Kunz, Professora Adjunta do Departamento de Letras Estrangeiras da UFC. Doutora em Literatura pela Sorbonne Nouvelle, com tese sobre o poeta de cordel Rodolfo Coelho Cavalcante. Sua área de interesse é literatura de Cordel. 
        Elba Braga Ramalho, Professora Titular do Departamento de Artes da UECE, doutora em musicologia pela Universidade de Liverpol. Sua área de interesse mais específica é a cantoria e a relação da palavra com a música. 

          Em sua proposta inicial, o LEO se propôs examinar e aprofundar o tema da oralidade e da textualidade contemporâneas, considerando a pluralidade de manifestações culturais e religiosas de nosso tempo. Os/as primeiros/as pesquisadores/as do LEO buscaram aprofundar a observação direta, a coleta e a reflexão em torno de materiais da tradição oral, bem como suas bricolagens e ressignificações.
                Imediatamente após a criação do LEO, outros/as pesquisadores/as se engajaram nas propostas de pesquisas do Laboratório, como foi o caso da Prof. Dra. Sulamita Vieira e do Prof. Dr. Alexandre Fleming Câmara Vale que, desde   2008 coordena o Laboratório. Mantendo ainda os laços com seus fundadores (alguns deles hoje aposentados, mas em plena atividade), o LEO vem constituindo, com a renovação de seus pesquisadores/as, novas linhas de pesquisas e novas frentes de trabalho, notabilizando-se pela investigação acerca da história local da Antropologia, o estudo das relações de gênero, a realização de mostras de filmes etnográficos clássicos (com tradução e legendagem realizadas pelo LEO para fins didáticos), a produção de documentários, grupos de estudo e publicações.
              O Laboratório hoje conta com um Selo Editorial próprio que, até o presente momento, produziu 27 livros e 05 Cd's, a partir de editais locais e nacionais conquistados pelo Laboratório. Além disso, a construção e disponibilização de um acervo de 800 livros, a criação de um espaço de convivência e intercâmbio de experiências entre alunos/as de graduação e pós-graduação, bem como a realização de eventos e publicações de cunho nacional e internacional tem proporcionado uma proliferação de experiências inovadoras e criativas.
           Em 2009, ainda na gestão de Alexandre Vale, o LEO fundou uma nova linha de pesquisa, voltada para a difusão da Antropologia da Educação e para o ensino da Sociologia no Ensino Médio. A partir do projeto elaborado pelo então coordenador do Curso de Ciências Sociais, Alexandre Vale, conseguimos ingressar no Programa de Iniciação à Docência, o PIBID da Sociologia sob a regência do referido professor,  10 bolsistas e 02 supervisores atuaram cotidianamente nos Liceus do Conjunto Ceará e no Liceu de Messejana. Este programa teve como objetivo capacitar alunos de licenciatura em Ciências Socais para o ensino da Sociologia na rede pública. 
            O Leo constitui-se então em um dos primeiros núcleos de Antropologia do Ceará, desde os idos do Instituto de Antropologia. Norteados pelo intercâbio profissional e textual com nossos consortes no Brasil, mas especialmente no exterior - característica de um certo "processo de internacionalização" (Fry) da Antropologia cearense - a fundação do Laboratório foi marcada por um intenso intercâmbio com universidades estrangeiras e continua seu intercâmbio, como demonstra a coletânea que lançaremos no dia 14 março de 2012, "França e Brasil: Olhares Cruzados sobre Imaginários e Práticas Culturais", publicada pela Annablume Editora e coordenada por Vale. Afinal, quase quatro décadas de troca científico-cultural entre a  Universidade Federal do Ceará e as Universidades Lyon 2 e École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, especialmente em função de vários acordos Capes/Cofecub, tem proporcionado aos/as pesquisadores/as do LEO as bases de uma reflexão multissituada e comparada, refletindo sobre as narrativas que tornam inteligíveis os imaginários sociais urbanos nas cidades de Fortaleza, Lyon, Paris e Portugal.